Un panino di tonno e pomodoro e una birra piccola.
* grazie mille per la correzione
30.11.10
Não percebo um boi de italiano (embora saiba pedir uma cerveja e uma sandes de atum e tomate) mas isto não parece nada bom
Mercati, allarme per l'Italianuove tensioni sui BtpLetta: turbolenze rischiose
Disoccupati, record dal 2004
Cresce ancora il differenziale dei titoli di Stato rispetto a quelli tedeschi, al massimo da quando esiste l'euro. E piazza Affari va subito giù, per poi tornare in parità. L'euro resta debole. Disoccupazione all'8,6%. Il commento preoccupato del sottosegretario: "Servirebbe un vaccino"
Disoccupati, record dal 2004
Cresce ancora il differenziale dei titoli di Stato rispetto a quelli tedeschi, al massimo da quando esiste l'euro. E piazza Affari va subito giù, per poi tornare in parità. L'euro resta debole. Disoccupazione all'8,6%. Il commento preoccupato del sottosegretario: "Servirebbe un vaccino"
Monsieur le premier ministre
Ségolêne Royal, que ainda há dias declarava juntar-se ao pacto de não agressão entre a secretária-geral do PSF (Martine Aubry) e o actual líder do FMI, Dominique Strauss-Khan (favorito nas sondagens para uma candidatura presidencial socialista), adiantou-se ontem e veio anunciar que está mesmo na corrida às primárias do PSF para escolher o candidato presidencial, que decorrerão apenas em Novembro do próximo ano. A antecipação de Royal (as candidaturas devem ser formalizadas em Junho) está a ser lida como uma forma de boicotar a candidatura de Strauss-Khan, constrangido por um dever de reserva enquanto estiver à frente do FMI. Nesta sua pré-declaração de candidatura, Royal não resistiu a uma alfinetada a Strauss-Khan, a fazer lembrar os melhores dias de Mitterrand*.
"J'ai dit que le moment venu je verrai avec Dominique [Strauss-Khan] quel est le meilleur 'dispositif gagnant' s'il revient", a-t-elle expliqué, avant d'ajouter... qu'elle le verrait bien en premier ministre si elle est désignée, puis élue : "S'il ne revient pas, il sera de toutes façons indispensable à notre équipe. Il est le meilleur chef de gouvernement que nous pourrions avoir."
*Video do debate entre Mitterrand e Chirac aqui (obrigatório; apenas 1 min.)
29.11.10
Wikileaks II
Esta história teria dado um grande episódio do West Wing.
Wikileaks
Desde que conheci Lisbeth Salander que estava à espera que acontecesse uma coisa do género.
O fundamental
"Espero que Marinho Pinto tenha conseguido ontem a sua reeleição para bastonário dos advogados portugueses. Porque nunca antes alguém conseguiu, como ele, incomodar a paz podre da Justiça e da advocacia dos interesses e ser, nesta sociedade gravemente doente, uma voz livre, desalinhada, sem medo."
Miguel Sousa Tavares, "Expresso" de sábado passado (via Câmara Corporativa).
Miguel Sousa Tavares, "Expresso" de sábado passado (via Câmara Corporativa).
28.11.10
26.11.10
Sugiro a Cavaco que simplifique e designe desde já o desígnio nacional como desígnio nacional
Cavaco defende Educação como “desígnio nacional”
O mar é o "desígnio" que Portugal precisa (Cavavo Silva)
Cavaco Silva foca atenção na desertificação, «um verdadeiro desígnio nacional»
Post interessantíssimo, de nada
Tenho uma boa relação com a língua portuguesa. Não tenho grandes razões de queixa (embora ela não possa dizer o mesmo de mim). Mas volta e meia há coisas que me desbaratinam, como esta: porque é que Soares era fixe (ainda é) e não fiche? E que raio de palavra é cônjuge? (a continuar)
25.11.10
Ele há coisas
Hoje aconteceu que, a caminho de casa, desse por mim a pensar naquele senhor italiano jurista de formação. Quem diz nele, diz na sua música, que não sou pessoa para pensar noutros homens para além do Chico Buarque. Quer dizer, só se for para reflectir em porque é que não me foi facultada a possibilidade de ser possuidor de um farto bigode como estes (olha, lá está ele, o jurista italiano). Estava eu então a caminho de casa quando ligo o rádio. Não na TSF (1), não na Antena2 (2), não naquela rádio direitista com apreciável jazz (3), mas na Antena 1 (4.º lugar na lista de preferências). Falava um senhor, italiano por sinal, que dissertava sobre o momento que intuia ser o ocaso da era Berlusconi e a quem cabia a esolha da música de encerramento do programa. Conte, disse ele.
Ainda muita água há-de passar por este moinho (ou lá como é que se diz)
24.11.10
Alguém que diz isto revela tanto, tanto mas tanto sobre si
Tweet não editado
O jornalista da SICN (Anselmo Crespo, dizem-me) que acompanha o debate do OE é muito estranho: limita-se a relatar os factos mais relevantes; não o enforma com os seus preconceitos; e muito menos emite opiniões. Bizarro.
Greve geral
Mixed feelings. Boa altura para reflectir sobre o momento que atravessamos. Como Rui Tavares faz aqui.
Mais textos sobre a greve geral:
- de Sofia Loureiro dos Santos
Mais textos sobre a greve geral:
- de Sofia Loureiro dos Santos
23.11.10
Com dedicatórria
"Você que inventou o pecado/esqueceu-se de inventar o perdão"
Chico Buarque, Apesar de Você, em escuta numa manifestação perto de si (mim)
Chico Buarque, Apesar de Você, em escuta numa manifestação perto de si (mim)
Uma tragédia portuguesa, com certeza*
Uma tragédia portuguesa, sem dúvida, esta pulsão do PSD para querer ser o autêntico intérprete da realidade, o detentor, o revelador da verdade, da Verdade. Não apenas da sua mas de todos. toda, Toda. A verdade total.
* agora corrigido, depois de um original "concerteza", que ainda há umas poucas horas achávamos correcto mas que já nos envergonha muito. Obrigado ao leitor pela preciosa chamada de atenção.
* agora corrigido, depois de um original "concerteza", que ainda há umas poucas horas achávamos correcto mas que já nos envergonha muito. Obrigado ao leitor pela preciosa chamada de atenção.
22.11.10
Portugal não é a Irlanda. É o Chile.
O chileno Antonio Skármeta veio a Lisboa apresentar o seu novo livro, Um Pai de Filme. Em entrevista à Antena 2, aí pelas 19.30… não, seria um pouco mais tarde, talvez 19.45…esperem… sim, eram mesmo 19.45... ou talvez um pouco mais tarde, mas por aí (desculpem, sempre quis fazer isto), acabou a dizer que achava que o seu Chile natal e Portugal partilhavam algumas características peculiares: pequena dimensão, geograficamente no limite de um continente, ambos tiveram ditaduras, que “passaram para democracias felizes”, e depois “democracias menos felizes”. Finalmente, tanto em Portugal como no Chile, “o Sol põe-se no lado certo”. No lado certo... faz sentido.
Obama ao 60 minutes
60 minutes: Do you get discouraged? Are you discouraged now?
Obama: I do get discouraged, I mean, there are times where I thought the economy would, had gotten better by now. One of the things I think you understand as president is you’re held responsible for everything. But you don’t always have control of everything. Especially an economy this big. There are limited tools to encourage the kind of job growth that we need.
Obama: I do get discouraged, I mean, there are times where I thought the economy would, had gotten better by now. One of the things I think you understand as president is you’re held responsible for everything. But you don’t always have control of everything. Especially an economy this big. There are limited tools to encourage the kind of job growth that we need.
21.11.10
18.11.10
Artes da marinhagem, há quem diga
Parece que vai por aí um alvoroço por causa deste acórdão da Relação, que iliba um militar da GNR da prática do crime de insubordinação, que se resume basicamente ao facto de envolver a palavra caralho*. Não sei detalhes do caso. E não me estava nada a apetecer aprofundar o caso para lá do que vem referido nos jornais. Conhecer as circunstâncias exactas do sucedido. Ler o famigerado artigo que prevê o crime de insubordinação. Enfim, uma trabalheira. Mas estribado na superficialidade da informação que possuo, sempre me digo que. Tenho muitas dúvidas em acompanhar as manifestações de indignação, que imputam a esta maneira de fazer justiça o estado a que ela chegou. A justiça tem muitos e graves problemas, mas não me parece terem nada a ver com isto. É risível a explicação etimológica de caralho, com ares de erudição académica? Sim. Presta-se ao ridículo a contextualização que é feita acerca dos vários usos para o termo caralho? Também me parece. O esforço de uma e de outra poderá ser útil (ou até mesmo fundamental) para sustentar a deliberação? Admito perfeitamente que sim. Mas como em quase tudo o que digo, estou disposto a que outros estudem o assunto e me convençam do contrário.
* Creio que foi Pedro Mexia quem, um dia, notou a facilidade com que na imprensa (e também nos blogs) se deita lama para cima das pessoas, por vezes atingindo a sua dignidade de forma irreparável, mas são sempre tão pudicos a nomear os palavrões.
* Creio que foi Pedro Mexia quem, um dia, notou a facilidade com que na imprensa (e também nos blogs) se deita lama para cima das pessoas, por vezes atingindo a sua dignidade de forma irreparável, mas são sempre tão pudicos a nomear os palavrões.
17.11.10
Em estangeiro* é que a gente se entende
"(...) The eurozone as a whole is in better fiscal shape than other developed economies (notably the US and Japan), and even the most indebted economies could yet dig themselves out of the hole they are in. But the eurozone is still plagued by the contradictions of trying to operate a monetary union without supporting this with a fiscal union.It is becoming clear that these contradictions can only be solved if there is genuine burden sharing inside the eurozone, along with some much tougher budgetary and regulatory rules which prevent this situation ever happening again. (...)
if the EU could wave a magic wand and create a fiscal union tomorrow, its overall budgetary position would be easily the best in the developed world. There would be no “European” sovereign debt crisis. It is very important to remember this, because it shows that the solution to this problem lies in Europe’s own hands.The second point to note is that the peripheral eurozone economies (Portugal, Ireland, Greece and Spain), taken as a group, have quite similar budgetary requirements as the advanced nations as a whole - no better, but no worse either (at least on the latest IMF numbers). In fact, the only country which seems to be a potential outlier is Ireland, and these IMF figures do not take account of the extra tightening of 4 per cent of GDP which is promised in the coming budget. If this is passed, the Irish numbers would suddenly look much better. Based on this, it might seem surprising that this block of countries is in such trouble.(...)
If politicians want to preserve the monetary union (and it appears that everyone still does), they will need to come to an agreement under which there is some further fiscal co-operation between member states while the budgetary tightening takes effect in the periphery. And in exchange for this there will have to be much tougher long term budgetary and regulatory arrangements, so that the financial free riding which occurred in the boom years (and which actually affected private debt, rather than public debt) can never again take place.(...)"
Excerto do artigo de Gavyn Davies, no Financial Times (via Pedro Adão e Silva*, via Pedro Lains)
if the EU could wave a magic wand and create a fiscal union tomorrow, its overall budgetary position would be easily the best in the developed world. There would be no “European” sovereign debt crisis. It is very important to remember this, because it shows that the solution to this problem lies in Europe’s own hands.The second point to note is that the peripheral eurozone economies (Portugal, Ireland, Greece and Spain), taken as a group, have quite similar budgetary requirements as the advanced nations as a whole - no better, but no worse either (at least on the latest IMF numbers). In fact, the only country which seems to be a potential outlier is Ireland, and these IMF figures do not take account of the extra tightening of 4 per cent of GDP which is promised in the coming budget. If this is passed, the Irish numbers would suddenly look much better. Based on this, it might seem surprising that this block of countries is in such trouble.(...)
If politicians want to preserve the monetary union (and it appears that everyone still does), they will need to come to an agreement under which there is some further fiscal co-operation between member states while the budgetary tightening takes effect in the periphery. And in exchange for this there will have to be much tougher long term budgetary and regulatory arrangements, so that the financial free riding which occurred in the boom years (and which actually affected private debt, rather than public debt) can never again take place.(...)"
Excerto do artigo de Gavyn Davies, no Financial Times (via Pedro Adão e Silva*, via Pedro Lains)
Conselhos "free grátis"
Se fosse à CP, depois dos Alfa, a próxima geração de comboios teria a designação de Ómega.
"O mundo a partir de Berlim"
Espécie de fotografia dos desafios que Merkel e a CDU enfrentam internamente.
16.11.10
United Colours of Benetton (todos diferentes, todos iguais)
Fazer a diferença
“Mas depois de recorrente hesitação e não pouca luta, tínhamos finalmente uma seleção: uma tese de doutoramento em biologia computacional que precisava de uma extensão de financiamento para ser acabada; uma investigação antropológica em Cabo Verde que tem uma dimensão de desenvolvimento local; uma biografia muito pormenorizada de Fernando Pessoa - em banda desenhada - que faz lembrar o que Robert Crumb fez com Kafka; um estudo sobre candidaturas independentes na política portuguesa; um estágio no Museu dos Uffizzi, em Florença, para uma historiadora da arte; um apoio para um trabalho de campo doutoral em Angola; e, finalmente, um apoio a um mestrando em genética molecular que investiga uma doença que afeta gado em países mediterrânicos. Os candidatos e bolseiros receberam os resultados esta madrugada (podem ver mais detalhes em ruitavares.net).”
Rui Tavares, na sua crónica do Público de hoje (disponível aqui), sobre os projectos escolhidos para receber a bolsa que o próprio patrocinará (e para os quaisrecolheu, entretanto, o apoio de mais três cidadãos).
Rui Tavares, na sua crónica do Público de hoje (disponível aqui), sobre os projectos escolhidos para receber a bolsa que o próprio patrocinará (e para os quaisrecolheu, entretanto, o apoio de mais três cidadãos).
15.11.10
Pôr os óculos, s.f.f
"Ontem, Merkel disse que compreendia o descontentamento das bases conservadoras ao fim de um ano conturbado de governação, mas defendeu as decisões mais impopulares da coligação, como por exemplo o apoio ao resgate financeiro da Grécia – “cuja crise financeira punha em risco a estabilidade do euro e o futuro da Europa” – ou o prolongamento por mais doze anos da actividade das centrais nucleares da Alemanha, que gerou protestos vigorosos. “O balanço do primeiro ano de governo é respeitável em termos de substância mas não de estilo”, reconheceu Merkel."
"As palavras de Merkel destinavam-se a animar a base do seu partido, que recentemente perdeu o controlo do Bundesrat, a câmara alta do Parlamento, depois de ser afastado do poder no populoso estado da Renânia do Norte-Vestfália. No próximo ano, vão a votos seis dos 16 estados da Alemanha, em eleições regionais que podem determinar o futuro político do governo de coligação."
Aqui.
"As palavras de Merkel destinavam-se a animar a base do seu partido, que recentemente perdeu o controlo do Bundesrat, a câmara alta do Parlamento, depois de ser afastado do poder no populoso estado da Renânia do Norte-Vestfália. No próximo ano, vão a votos seis dos 16 estados da Alemanha, em eleições regionais que podem determinar o futuro político do governo de coligação."
Aqui.
Mais vale prevenir
Informo os meus familiares (do agregado lá de casa ao mais distante na linha colateral), amigos, colegas de trabalho, conhecidos, vizinhos, meros conterrâneos, chefes, ex-chefes, antigos colegas de faculdade, afins, membros do governo, deputados, titulares de órgãos de soberania, chefes de Estado estrangeiros (alguns de países amigos), jornalistas, banqueiros, empresários, figuras públicas de toda a espécie, etc., etc., etc., que, nalgum momento da minha vida, em conversas mais ou menos privadas, já disse mal de cada um de vós. Provavelmente em termos que, se fossem do vosso conhecimento, dificilmente voltariam a olhar-me na cara sem vontade de me maltratar.
Já me queixei da vaidade, ganância, cupidez, arrogância, mau gosto, negligência, indiferença, insensibilidade, sovinice, mesquinhez, irascibilidade, estupidez, insolência, altivez, lerdice, e por aí fora. Ou seja, de muito daquilo que eu, em tantos outros momentos, também poderia ser acusado. E faço-o nas costas, que é o lugar certo para se desabafar sobre estas coisas (vá, por favor não me façam explicar o que são “estas coisas”, tá bem?). Excepto para os sociopatas. Nas costas, pois só aí temos a liberdade da hipérbole, da imponderação, do simplismo. A liberdade de sermos injustos. Nas costas, pois só daí podemos regressar sem consequências, precisamente porque não é suposto haver consequências. A vida não é um palco. Cansado.
Já me queixei da vaidade, ganância, cupidez, arrogância, mau gosto, negligência, indiferença, insensibilidade, sovinice, mesquinhez, irascibilidade, estupidez, insolência, altivez, lerdice, e por aí fora. Ou seja, de muito daquilo que eu, em tantos outros momentos, também poderia ser acusado. E faço-o nas costas, que é o lugar certo para se desabafar sobre estas coisas (vá, por favor não me façam explicar o que são “estas coisas”, tá bem?). Excepto para os sociopatas. Nas costas, pois só aí temos a liberdade da hipérbole, da imponderação, do simplismo. A liberdade de sermos injustos. Nas costas, pois só daí podemos regressar sem consequências, precisamente porque não é suposto haver consequências. A vida não é um palco. Cansado.
Óculos para ver ao longe
Nesta altura já deveríamos ter aprendido que a política continua nacional, mesmo que a economia não: a História do século XX oferece provas abundantes de que, mesmo nas democracias saudáveis, as más escolhas políticas costumam triunfar sobre cálculos económicos “racionais”.
Tony Judt, em excerto publicado na Ler de Novembro de “Um Tratado sobre os Nossos Actuais Descontentamentos”, que espero muito, muito que já esteja na lista de prendas de Natal de… (smile)
Tony Judt, em excerto publicado na Ler de Novembro de “Um Tratado sobre os Nossos Actuais Descontentamentos”, que espero muito, muito que já esteja na lista de prendas de Natal de… (smile)
12.11.10
Da série pi@das de que me vou arrepender
Sei que vou gostar muito de um texto de Miguel Vale de Almeida quando lá não vejo nenhum arroba.
Gosto de democratas assim
(...) "The book may not change the minds of those who disagree with decisions President Bush made, but it will help you to understand better the forces that molded him and the convictions that drove him to make those decisions."
"I hope 'Decision Points' will help my fellow Democrats to see why I like George Bush, in spite of our differences, and will encourage all Americans, whatever our politics, to be more open to listening to and working with those with whom we disagree. America needs that now."
Árvores, florestas, corredores, bastidores. A vida é um palco
A aditora de política da SICN (Paula Santos) está neste momento no ar a explicar a sondagem publicada hoje pelo Expresso/SIC (que mostra o PS a descer e o PSD a subir). A razão para esta oscilação estaria na avaliação dos portugueses sobre as negociações orçamentais. Segundo compreendi, terão percebido que o Governo se mostrava inflexível ao mesmo tempo que dizia querer negociar. Esta era a tese principal, havendo outras nuances relacionadas com o processo negocial que terão também justificado esta sanção dos inquiridos ao partido do Governo.
Que este seja um orçamento de austeridade, surgido da necessidade de fazer face à maior crise económica e financeira internacional dos últimos 80 anos, convocando um esforço inédito em democracia de redução da despesa do Estado, que passa, também, por medidas muito duras (necessárias mas inegavelmente impopulares) sobre os funcionários públicos e sobre a população em geral, parece ser algo de irrelevante para a comentadora. Que os cidadãos expressem neste momento o seu descontentamento por algumas medidas deste orçamento com evidente efeito nas finanças das famílias portuguesas não ocorre à editora política da SIC. Que seja o Governo o principal responsabilizado pelo orçamento também parece algo de excêntrico. Corredores e bastidores. Reduzindo frequentemente a política a estes meandros, os especialistas do comentário político esquecem-se demasiadas vezes de se sentar na plateia e assistir à peça em cena.
(Figas) Também estranharão quando, a manterem-se os bons resultados que a economia portuguesa vai revelando, o país começar a sair, paulatinamente, do espartilho político e financeiro decorrente desta crise, e os portugueses reconhecerem que as medidas adoptadas foram as adequadas. Tal como estranharam durante anos que o Governo mantivesse a sua base de apoio, apesar das reformas que empreendeu.
Que este seja um orçamento de austeridade, surgido da necessidade de fazer face à maior crise económica e financeira internacional dos últimos 80 anos, convocando um esforço inédito em democracia de redução da despesa do Estado, que passa, também, por medidas muito duras (necessárias mas inegavelmente impopulares) sobre os funcionários públicos e sobre a população em geral, parece ser algo de irrelevante para a comentadora. Que os cidadãos expressem neste momento o seu descontentamento por algumas medidas deste orçamento com evidente efeito nas finanças das famílias portuguesas não ocorre à editora política da SIC. Que seja o Governo o principal responsabilizado pelo orçamento também parece algo de excêntrico. Corredores e bastidores. Reduzindo frequentemente a política a estes meandros, os especialistas do comentário político esquecem-se demasiadas vezes de se sentar na plateia e assistir à peça em cena.
(Figas) Também estranharão quando, a manterem-se os bons resultados que a economia portuguesa vai revelando, o país começar a sair, paulatinamente, do espartilho político e financeiro decorrente desta crise, e os portugueses reconhecerem que as medidas adoptadas foram as adequadas. Tal como estranharam durante anos que o Governo mantivesse a sua base de apoio, apesar das reformas que empreendeu.
Isto também são ónus para as gerações vindouras (ao menos as PPP têm um benefício associado)
8.11.10
Dardos (um prémio, um prémio)
O Câmara Corporativa teve a amabilidade de distinguir este blogue com o prémio Dardos, a saber: “O Prémio Dardos é o reconhecimento dos ideiais que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc.... que, em suma, demonstrem a sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre as suas letras e as suas palavras. Estes selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre blogueiros, uma forma de demonstrar o carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web.»
Fica, assim, para a história mais um prémio deste que vos escreve (o segundo), vinte e muitos anos depois de, com apenas sete ou oito anos, ter vencido o de melhor máscara de carnaval da escola, com um indisputável Frank ‘N Stein. Segue a lista* dos blogues onde encontro sempre reflexão estimulante, frequentemente original (naquele sentido de não se limitar a repetir o que outros dizem, mesmo que digam o mesmo), e, talvez o mais importante, com profundo sentido democrático (na verdade, não sei bem o que esta última parte queira dizer mas sei que é isto que gosto nestes blogues).
Léxico Familiar
Machina Speculatrix
Pedro Lains
Sound & Vision
Cibertúlia
Economia Política
Banco Corrido
Direitos Outros (para este, deveria pedir escusa, se este fosse um blogue sério. Não é o caso)
*haverá muitos merecedores de nomeação mas só me ocorrem estes oito
Pedro Lains
Sound & Vision
Cibertúlia
Economia Política
Banco Corrido
Direitos Outros (para este, deveria pedir escusa, se este fosse um blogue sério. Não é o caso)
*haverá muitos merecedores de nomeação mas só me ocorrem estes oito
O relativismíssimo
“Embora considere que a responsabilização criminal só deve ser aplicada quando haja crime, o juiz defende que (…)” (Jornal de Negócios, acerca da opinião do ex-juiz do Tribunal de Contas Carlos Moreno sobre a responsabilização dos agentes do Estado que gerem dinheiros públicos - que, já agora, e sinceramente, não percebi exactamente qual era.
Colocar com esta displicência, como “um acho que”, algo que devia ser o mínimíssimo denominador comum de qualquer Estado de direito é muito, muito preocupante.
Colocar com esta displicência, como “um acho que”, algo que devia ser o mínimíssimo denominador comum de qualquer Estado de direito é muito, muito preocupante.
Porques e porquês
Para quem, como eu, vê esta crise a dar tantas piruetas e volta e meia perde o foco sobre o que está em causa, vale a pena ler este artigo, que abre quase com a mesma subtileza com que Philip Roth começa o Teatro de Sabbath.
Frases em destaque:
- “Germans are mad” (frase de abertura)
- “Central split in the world economy is between the countries with a trade surplus (Germany, China, Japan) and those with a trade deficit (The US, UK, Spain, Portugal, Italy).“. Alemanha, China e Japão, por um lado, e EUA, Reino Unido, Espanha, Portugal e Itália, por outro.
- “Schäuble’s resentment may well stem from his realization of his country’s ultimate impotence—why should Germany suffer just because we lived beyond our means? But if the debtor nations strive to limit imports, there is little Schäuble can do to stop us. And our living beyond our means created jobs in Stuttgart”. Porquê e porque, nomeadamente.
- “Schäuble is correct that we in the profligate nations need to get our own houses in order. But the recession has already forced much of that correction. Private sector saving as a percentage of GDP has gone through the roof, which of course is part of the reason for our slow growth. If the surplus nations—China, Germany, Japan—don’t stimulate consumption at home, global demand will inevitably shrink. Keynes was right. The surplus nations cannot force all the costs of adjustment on us. If they try, it may well backfire on them. For sixty years, German economic growth has been focused on their expanding export sector. Perhaps, if they don’t watch out, it might be their growth model that soon will be in deep crisis.”
Frases em destaque:
- “Germans are mad” (frase de abertura)
- “Central split in the world economy is between the countries with a trade surplus (Germany, China, Japan) and those with a trade deficit (The US, UK, Spain, Portugal, Italy).“. Alemanha, China e Japão, por um lado, e EUA, Reino Unido, Espanha, Portugal e Itália, por outro.
- “Schäuble’s resentment may well stem from his realization of his country’s ultimate impotence—why should Germany suffer just because we lived beyond our means? But if the debtor nations strive to limit imports, there is little Schäuble can do to stop us. And our living beyond our means created jobs in Stuttgart”. Porquê e porque, nomeadamente.
- “Schäuble is correct that we in the profligate nations need to get our own houses in order. But the recession has already forced much of that correction. Private sector saving as a percentage of GDP has gone through the roof, which of course is part of the reason for our slow growth. If the surplus nations—China, Germany, Japan—don’t stimulate consumption at home, global demand will inevitably shrink. Keynes was right. The surplus nations cannot force all the costs of adjustment on us. If they try, it may well backfire on them. For sixty years, German economic growth has been focused on their expanding export sector. Perhaps, if they don’t watch out, it might be their growth model that soon will be in deep crisis.”
5.11.10
4.11.10
A necessidade de controlo do 4.º poder
Os media (pelo menos o Expresso, a TSF, o I, o Correio da Manhã e a Lusa) estiveram durante 2h30 a copiarem-se uns aos outros a dizer que Portugal tinha descido 6 lugares no Índice do Desenvolvimento Humano, quando, na realidade, subiu um lugar. Que eu tenha dado por isso, a incorrecção foi denunciada ou revelada no twitter do Pedro Magalhaes (gerando uma discussão muito interessante entre Fernanda Câncio e João Pinto e Castro) e no blog Câmara Corporativa. Pelas 17.30, o site do Expresso, da TSF, do jornal I, entre outros, tinham começado a corrigir a informação. Sobre o facto de terem tido durante mais de duas horas uma notícia falsa ou sobre quem chamou a atenção para o erro nem uma referência, nem uma palavra dos media. É assim.
Adenda: na SIC Notícias, às 19h00 estavam a dar a informação correctamente no início da peça (Portugal subiu um lugar no ranking IDH), concluindo, porém, pela bitola das 15h00, que "Portugal tem, assim, vindo a perder lugares neste ranking (quando ocorre precisamente o contrário). Foram semi-compententes. Já não é mau.
Adenda: na SIC Notícias, às 19h00 estavam a dar a informação correctamente no início da peça (Portugal subiu um lugar no ranking IDH), concluindo, porém, pela bitola das 15h00, que "Portugal tem, assim, vindo a perder lugares neste ranking (quando ocorre precisamente o contrário). Foram semi-compententes. Já não é mau.
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