Excelente testemunho. Pelo exemplo, coragem e dignidade. Pela inspiração e pela muita falta que isto faz na vida pública portuguesa. Pôr, no entanto, as coisas em perspetiva. Se é verdade a falta que este tipo de exemplos faz à vida pública, não me parece menos verdade que a normalidade democrática, com tudo o que tem de bom e maravilhoso, não é terreno propício a heroísmos. Paradoxos que a democracia encerra. Voltando ao ensaio de Mário Soares, é tudo aquilo (mesmo que todos já o soubéssemos) e lê-se de uma penada.
Ficar-me-ia por aqui, não fosse uma pessoa parva, extremamente parva, com inclinação para o ultra-acessório e para o insignificante. Aqui vai: Soares não sabe pôr vírgulas. Exagero: volta e meia, não sabe pôr vírgulas (tenho provas: as folhas dobradas). De uma estranha forma, sinto que isto de criticar um dos grandes, o maior deles todos, ainda por cima por causa de uma coisa tão parva, tem qualquer coisa de extremamente republicano (e porventura de doentio, também). Viva a liberdade. A igualdade. E, já agora, a outra também.
1 comentário:
caríssimo, talvez isto seja mais grave do que a falta de acerto nas vírgulas
http://revoltadaspalavras.blogspot.com/2011/12/mario-soares-o-perfume-barato-do-contar.html
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