Só hoje me apercebi do fim do blogue de Pedro Lains:
http://pedrolains.typepad.com/. À falta de conhecimentos sólidos (ok,
conhecimentos) em questões económicas, nele encontrei o esteio que precisava para
interpretar o que nos tem estado a acontecer, sobretudo desde o ano de 2010. No
meio do cerco informativo/ideológico que nos oferecia uma interpretação monoteísta
da realidade, o blogue de Pedro Lains conseguia desmontar as falsas evidências,
convocando um raro conhecimento da história económica, explicado com pedagogia
académica. Como académica era também - como o disse inúmeras vezes - a necessidade
de encontrar uma lógica para o que frequentes vezes nos era apresentado pelo
Governo como inevitabilidades avulsas. O não alinhamento com a narrativa das
inevitabilidades fez com que defendesse, muitas vezes, várias das opções do
anterior Governo no que à gestão da crise diz respeito. Governo (ou seria
apenas o primeiro-ministro, não me recordo bem) pelo qual, disse-o várias
vezes, não tinha particular simpatia. Antes pelo contrário. Mais do que
defender, recusou terminantemente uma visão apolítica - ou anti-política - da
crise, que queria (e ainda quer) vender-nos as inevitabilidades como soluções
técnicas para os nossos problemas, contra as quais a política nada podia
contrapor. A democracia oferece sempre alternativas, reclamava. A atrapalhar-me
entre o panegírico e o elogio fúnebre (bem, é verdade que o blogue morreu), acho que queria apenas dizer que gostei muito do blogue e que vai fazer falta.
14.12.13
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