3.11.14

A pensar nas gerações futuras

Ao confirmar o brilho nos olhos com que as crianças ouvem e replicam um palavrão (não importa verdadeiramente qual), alimentando-lhes a imaginação e a vontade de participar, imagino um sistema de ensino que apostasse na transmissão de conhecimentos (na matemática, na língua portuguesa, etc) através do uso abundante de palavrões. E antecipo as vantagens, aliás evidentes: 1) despertar um interesse inaudito por estas matérias; 2) possivelmente, desmistificar o recurso às palavras proibidas, consabidamente as mais apetecidas, esvaziando grande parte do seu interesse (a médio prazo, este efeito teria um impacto negativo sobre o primeiro, altura em que teria de se repensar o presente modelo); 3) evitar o embaraço académico por decisões motivadas, na melhor das hipóteses, pelo pudor causado por um palavrão. 

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