26.3.15

A relatividade do tempo


Isto das idades é uma coisa estranha. Não vou falar de continuar a sentir-me um adolescente e de, contrariamente a todas as evidências que me apontam, permanecer convicto de que passaria despercebido em qualquer turma de universitários. Não vou falar disso. Mas desta coisa bizarra que é ficarmos da mesma idade de pessoas que, há uns anos, eram muito mais velhas do que nós. Por exemplo, estava eu nos primeiros anos da faculdade, ainda a descobrir revistas e jornais, e já a Anabela Mota Ribeiro era uma consagrada entrevistadora. Ou o facto de a maioria dos desportistas da minha adolescência ter, hoje, poucos mais anos do que eu. Por outro lado, o contrário também tem que se lhe diga. Tenho um primo e um irmão que nasceram já eu era quase adulto e hoje temos praticamente a mesma idade. Lemos, ouvimos e rimos do mesmo. Embora ache que seja o único que sabe jogar à bola. Parece que, em momento diferentes das nossas vidas, apanhamos todos aquele autocarro do Einstein que anda à velocidade da luz, dentro do qual o tempo decorre mais lentamente do que no seu exterior, nivelando a idade de uns e afastando a de outros. Outra situação. Quando tinha 18 anos tinha a sensibilidade de um idoso ao tentar entrar na água do mar. Hoje, sou praticamente um jovem homem da atlântida. Para meu próprio bem, é melhor ficar por aqui.

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