Não sei o que me deu para ler isto. Quer dizer, sei (uma
filha que acaba de fazer o exame do 4.º ano). E nem é sequer a questão de
defender a manutenção dos exames. É - e isto não é um exclusivo da esqueda ou
da direita, de gente mais ou menos inteligente - este narcisismo que leva
pessoas a defenderem uma ideia, uma política, com base na sua experiência
pessoal. Isto parece fazer sentido mas não faz. É como as mulheres que nunca
foram nem se sentiram discriminadas e lestas concluem não existirem problemas a
este nível; ou aqueles que singraram profissional e academicamente, apesar das desvantagens
do contexto, para logo concluírem que estas não condicionam (lembro-me vagamente
do caso recente de um articulista do observador); ou ainda aquela inteligente blogger que
refutava há não muito tempo a pertinência de uma regulação do piropo, baseando-se
largamente no seu percurso pessoal. Não se trata de desvalorizar o eventual mérito
ou resiliência destes. Antes pelo contrário. Mas apenas recordar que em qualquer
um dos casos apontados a lei devia, em primeiro lugar, proteger os mais fracos.
E para este efeito interessam pouco as histórias dos vencedores.
15.6.15
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