11.11.15

O argumento excecional


Fazer paralelismos com o tempo da outra senhora é sempre um exercício arriscado e, interpretado à letra, muitas vezes injusto e de mau gosto Mas sem opinião de risco isto dos blogues e do facebook não tinha qualquer interesse. E, feita a ressalva, só interpreta à letra quem quer. Então é assim. A leitura que muita direita está a fazer do que deveria ser o bom funcionamento da democracia representativa (com contributos, ainda que raros, de alguma esquerda), baseada em tradições peculiares e muito nossas, pede meças ao “orgulhosamente sós” de má memória. É que a democracia representativa existe lá fora e, em sistemas análogos ao nosso, tem corolários que se aplicam em todas as latitudes parlamentares (pelo menos nas democracias mais democráticas). Um deles é que o governo retira a sua legitimidade do parlamento, que lhe pode negar e retirar a confiança. Não existe, a este respeito, qualquer excecionalidade lusa. Apesar de ter visto, nestas últimas semanas, (re)interpretações da nossa democracia excecionalmente engraçadas.

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