20.11.15

Primeiro, temeu o estado islâmico. Mostrou a sua indignação. Todos de acordo.

A dada altura, começou também a temer a luta contra o estado islâmico, em nome da qual se atingia a liberdade de muitos inocentes (e sabia que a liberdade dos outros é, naturalmente, a sua), bem como a questionar os efeitos contraproducentes da sua vertente militar. Mostrou as suas reservas. Alguns insultos no facebook. Mas alguns likes também.

Finalmente, e à medida que a guerra ao terror se intensificou, foi, como receava, desistindo a pouco e pouco da sua liberdade, deixando de dizer o que pensava, de tal forma os ânimos se açolaram e o escrutínio securitário do estado transformava a mais genuína dúvida em traição à pátria.


Finalmente, ficou em silêncio. Não com medo dos maus, como no poema de Niemöller. Mas por causa dos seus e dos que deviam protegê-lo.

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