Primeiro, temeu o estado islâmico. Mostrou a sua indignação.
Todos de acordo.
A dada altura, começou também a temer a luta contra o estado
islâmico, em nome da qual se atingia a liberdade de muitos inocentes (e sabia
que a liberdade dos outros é, naturalmente, a sua), bem como a questionar os
efeitos contraproducentes da sua vertente militar. Mostrou as suas reservas. Alguns
insultos no facebook. Mas alguns likes também.
Finalmente, e à medida que a guerra ao terror se
intensificou, foi, como receava, desistindo a pouco e pouco da sua liberdade, deixando de dizer o que pensava, de tal forma os ânimos se açolaram
e o escrutínio securitário do estado transformava a mais genuína dúvida em
traição à pátria.
Finalmente, ficou em silêncio. Não com medo dos maus, como
no poema de Niemöller. Mas por causa dos seus e dos que deviam protegê-lo.
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