13.2.14

Um nojo, o que querem fazer no Kansas. Que sirva para despertar consciências. Se não for com isto, não sei com o quê.

Ainda no outro dia uns colegas de trabalho (um americano, um inglês e um inglês afrancesado - eu sei, isto dá a ideia enganosa de que sou muito cosmopolita, mas não é verdade) franziam a testa de horror e incompreensão com a cultura dominante de discriminação da mulher em países árabes, a fazer lembrar-nos tempos de outros tempos. Longínquos, pressupunha-se. Impelido pela vontade de contrariar, lembrei que, por exemplo, os EUA segregavam de forma não menos discriminatória os negros em alguns dos seus estados. Não na Idade Média (tempo ao qual podemos imputar todas as nossas falhas como se não refletissem também a nossa natureza mas a de outra espécie) mas há meros cinquenta anos. Aquiesceram, mas com ar de quem não está para ouvir banalidades com ar de lição de moral. Não lhes levo a mal. Faria o mesmo no lugar deles. Mas o exemplo foi mal escolhido. A discriminação aos gays é o que nos envergonhará a todos daqui a uns anos. E não é hoje menos do que a segregação racial foi num passado recente. Não exagero. Quando muito desixagero. Enquanto tarda a tomarmos todos consciência disto (e o debate sobre a co-adoção tem muito a ver com isto), convém abrir os olhos e ver, por exemplo, a legislação que se pretende aprovar no estado americano do Kansas (para ler mesmo. é muito impressionante, como diria um ex-primeiro ministro):

"If that sounds overblown, consider the bill itself. When passed, the new law will allow any individual, group, or private business to refuse to serve gay couples if “it would be contrary to their sincerely held religious beliefs.” Private employers can continueto fire gay employees on account of their sexuality. Stores may deny gay couples goods and services because they are gay. Hotels can eject gay couples or deny them entry in the first place. Businesses that provide public accommodations—movie theaters, restaurants—can turn away gay couples at the door. And if a gay couple sues for discrimination, they won’t just lose; they’ll be forced to pay their opponent’s attorney’s fees. As I’ve noted before, anti-gay businesses might as well put out signs alerting gay people that their business isn’t welcome.
But that’s just the tip of the iceberg. In addition to barring all anti-discrimination lawsuits against private employers, the new law permits government employees to deny service to gays in the name of “religious liberty.” This is nothing new, but the sweep of Kansas’ statute is breathtaking. Any government employee is given explicit permission to discriminate against gay couples—not just county clerks and DMV employees, but literally anyone who works for the state of Kansas. If a gay couple calls the police, an officer may refuse to help them if interacting with a gay couple violates his religious principles. State hospitals can turn away gay couples at the door and deny them treatment with impunity. Gay couples can be banned from public parks, public pools, anything that operates under the aegis of the Kansas state government."
O artigo todo aqui (na Slate). 

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