Os ponderados tenderão a não se entregar ao pessimismo,
confiando viver numa europa de cidadãos e governantes democratas, que saberão,
com inevitável naturalidade, reencontrar o caminho da esperança e da prosperidade
(não apenas económica, claro está). Recomendarão, pois, democrática calma face aos
apelos cada vez mais audíveis para a necessidade de se fazer algo. Antes que
seja tarde. Sob pena de. Os apelantes, denunciadores
dos perigos, passarão por loucos ou, no mínimo, por incorrerem em incauto
alarmismo. Tendo para a moderação desde que me conheço. Mesmo em mais jovem
- que, segundo alguns, é o tempo dos
radicalismos - estive sempre agrilhoado à moderação. Dois dramas. O primeiro é
que um moderado dificilmente percebe quando chega o momento que exige formas
mais enérgicas de ação política (o drama chamberlainesco). Não falo
evidentemente de qualquer espécie violência. Falo de ruturas necessárias (com
consensos internos - com os grandes empresários e os meios financeiros - ou semi-externos - a começar pelo tratado orçamental da UE) para procurar outros
consensos. O segundo drama é que, assim
sendo, um moderado de pouco servirá em momentos em que o perigo passe de um alerta amarelo para vermelho, dando obrigatoriamente espaço
a quem represente e reivindique estas angústias. Só concebo a política governativa
por via da moderação, pelo que me parece urgente a radicalização dos
nossos moderados.
27.5.14
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