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Desfeita de vez a ideia negacionista de que passaria despercebido entre estudantes universitários de vinte e poucos anos, embateu, em choque frontal, com a realidade. Não houve propriamente uma crise existencial a anunciar a novidade, embora, no plano terreno, as recorrentes lesões desportivas fossem um excelente indicador do que aí vinha. Foi ao comprar sapatos (o seu eu interior ainda estranha não dizer ténis, mas é um adulto, já se conformou). Ficam bem, não ficam bem. Era o único critério que conhecia. Mas eis que se dá conta, ainda que subliminarmente, estar a namorar design de conforto, amortecimento na passada, a antecipar o prazer da suave caminhada. E percebeu que era uma questão de tempo até assumir todas as consequências desta nova fase, e adotar no seu léxico a expressão e tema caros à sua avó: "calçado confortável". Entrara oficialmente na meia idade.