29.6.11

Sem ser a parte do "ousadamente imaginativo", é como olhar para o espelho

"O seu cérebro funcionava a uma temperatura diferente. Demorava mais tempo a tomar uma decisão e, mal o fazia, apetecia-lhe mudar de ideias de novo. Mas, e talvez por esta mesma razão, acreditava que era o mais ousadamente imaginativo dos dois".

"A questão Finkler", Howard Jacobson, alguras nas primeiras páginas.

25.6.11

Um país de vips

Recebido por sms: "Depois de ter sido imediatamente atendida como cidadã comum, fui informada que era vip...fui então para a enorme fila de vips....".

15.6.11

Estado clínico deste blog




Ainda respira, embora apenas com a ajuda de aparelhos. Sinais vitais estáveis. Aguardam-se melhorias para breve.

8.6.11

Melhor do que o silêncio só João



A ver aqui a maravilhosa reportagem sobre joão gilberto (como se sabe, o outro melhor cantor do mundo), visionamento, porém, não isento de dor, chamando à memória aqueles dois bilhetes para um concerto de João Gilberto que já estiveram na minha mão, concerto malogradamente cancelado na véspera (doença, disseram, inconvincentemente). Talvez não saibam mas sei muitas letras do joão gilberto de cor.

2.6.11

Pirraça




Agora que saiu a Ler de Junho, já posso dizer-vos: a edição de Maio tem a melhor auto-entrevista - aquela do sofá - que já lá li (não, não me refiro ao cientista político). É de J. Rentes de Carvalho. E não sou só eu que o digo. Mais à frente, a própria Ler chama-lhe de antologia. Ides tentar comprar a edição do mês passado a ver se conseguem. Ahahah.

Nas nossas mãos

E se fizéssemos alguma coisa sobre o assunto, pergunta-se – e muito bem - aqui? De facto, também está nas nossa mãos tornar a vida pública um lugar melhor. Não depende apenas (e muitas vezes nem sobretudo) do Governo tornarmos o país num lugar melhor.

Também está nas nossas mãos contribuirmos para uma sociedade mais participativa e mais exigente; está nas nossas mãos (dos empresários, dos trabalhadores, dos consumidores) a dinamização da economia nacional, com os reflexos que isso pode ter no crescimento e na criação de emprego; está nas nossas mãos sermos menos complacentes para com a corrupção, a fraude e a elisão fiscal; está nas nossas mãos adoptar práticas mais amigas do ambiente e adquirir novos hábitos de consumo energéticos, como é o caso das energias alternativas (que, como se sabe, também tem reflexos económicos importantes, ao diminuir o nosso défice energético). Enfim, os exemplos são inúmeros. A realização do nosso sucesso enquanto país depende, em muita maior medida do que somos muitas vezes tentados a pensar, de nós, tendo o governo um papel muitas vezes residual.

Mas há assuntos que não estão nas nossas mãos. Cuja realização depende, em exclusivo, das escolhas do poder político. São os tais assuntos que deviam reunir um apoio particularmente alargado da comunidade e dos partidos mais representativos dos portugueses.

E é precisamente nessas áreas que o PSD pretende tudo alterar (e não é por acaso que as propostas liberais-radicais de Passos Coelho nunca foram tentadas antes pelo próprio PSD). É o caso do Serviço Nacional de Saúde, é o caso da Escola Pública (assim, com maiúsculas) e é o caso da Segurança Social Pública.

Se mexerem nisto, nada estará nas nossas mãos (nada poderemos fazer para evitar que a Saúde e o Ensino públicos se tornem, a pouco e pouco, serviços cada vez mais pobres, destinados aos mais pobres). E se isso acontecer, nada será como dantes. E depois será tarde demais para se voltar atrás.

1.6.11

Do esforço contínuo que, como dizia (acho que) Mark Twain, temos de fazer para ver aquilo que está mesmo à frente do nosso nariz

'O Governo do PS pôs em causa a normalidade democrática ao deixar o Estado sem dinheiro para assegurar as funções básicas'
Pedro Passos Coelho, no Twitter

O líder do PSD regressa ao tema do 'só havia dinheiro até ao final de Maio', que, para alguns, é prova de qualquer coisa terrível sobre este governo. Ora, o 'não haver dinheiro', anunciado por Teixeira dos Santos, resultou, apenas e só, de que, a partir do momento em que o PEC IV foi chumbado, Portugal ficou de fora dos mercados de divida. É só isto. Qualquer país que tenha necessidades de financiamento líquidas fica 'sem dinheiro para assegurar as funções básicas' se lhe acontecer o mesmo. Sem que isto nos permita fazer qualquer juízo (negativo ou positivo) sobre o comportamento desse mesmo governo.

Da desinformacão, João Galamba