26.2.09

Frost e Nixon


Vejo, por acaso, um excerto da entrevista que David Frost fez a Nixon, que tem estado a ser exibida na SIC Notícias. Do filme, ficara com a ideia que Nixon fez de Frost o que quis durante a quase totalidade da entrevista e que este apenas conseguiu impor-se na questão do Watergate, forçando Nixon a sair do seu monólogo encantatório. O excerto que vi da entrevista era sobre a política dos EUA em relação à América Latina e Frost esteve muito bem. Não deixou que a discussão se resumisse à simplificação do perigo vermelho que Cuba e o Chile representavam para os interesses dos EUA na região (dos económicos à segurança) mas confrontando-o com o significado das escolhas da política externa americana, como a do apoio ao derrube de um governo eleito democraticamente (Allende), em benefício de uma ditadura de direita. O critério era apenas o do interesse dos EUA, interpretado, a cada momento, pelo seu Presidente, o seu juiz derradeiro. Ou seja, o mesmo que orientou sua actuação no caso Watergate, como o próprio confessou a Frost, na famosa frase: “when the president does it that means that it is not illegal”.

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