Imaginemos por um momento que o PS não tinha tido a maioria dos votos em 2005, mas a direita (PSD sozinho ou PSD+CDS/PP). De acordo com a esquerda mais radical teríamos tido, de um modo geral, as mesmas políticas. Agora esquece-se de dizer o que, seguramente, nunca teríamos tido: a lei que descriminaliza a IVG (pois não teria havido referendo); a lei da paridade; a lei da procriação medicamente assistida; o maior aumento do salário mínimo de há muito; uma reforma da segurança social que recusou a ideia de entregar uma parte das reformas aos privados; o alargamento do abono de família; o complemento solidário para idosos; a lei da nacionalidade, que permitiu a legalização de milhares de cidadãos estrangeiros; a nova lei do divórcio; o aprofundamento dos direitos das uniões-de-facto, entre muitos outros exemplos.
Em suma, e admitindo (sem conceder, como se costuma dizer) a leitura que esta esquerda faz da globalidade da governação socialista, seria, se bem percebo, ter aquilo que consideram negativo (e, provavelmente, numa versão ainda pior) sem as políticas com que se identificam. E é com isto que, goste-se ou não, uma parte do eleitorado de esquerda vai ter de se confrontar nas próximas eleições legislativas.
6.3.09
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