8.4.09

Vergonhoso?

No debate quinzenal com o primeiro-ministro, Paulo Rangel acaba de defender a ideia peregrina de que, a poucos meses das eleições, um Governo deveria considerar diminuída a sua legitimidade para lançar grandes obras (mesmo que essas obras constem, como é o caso, no programa eleitoral do PS), numa espécie de passagem automática a um governo de gestão, pelo simples decurso do tempo, conceito não apenas estranho mas contrário à Constituição. Paulo Rangel considerou mais, que o lançamento dessas obras é um acto “vergonhoso”. Não direi vergonhoso mas lamentável o contorcionismo argumentativo a que o líder parlamentar do PSD se presta apenas para se fingir chocado com a actuação do Governo. Há no mercado das ideias políticas dissenso suficiente para o PSD se distinguir do PS, sem ter de procurar, em permanência, essa distinção no plano moral.

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