28.1.10
Os males da justiça
Está aqui o discurso de Cavaco Silva na sessão solene de abertura do novo ano judicial. Para guardar e dissecar mais tarde. Para já, uma ideia: i) a culpa do estado em que está a justiça é dos políticos (porque insistem em fazer leis impulsionadas por ideias - políticas e ideológicas) e da lei do divórcio.
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3 comentários:
Dissecar, verbo apropriado. Só um morto se disseca.
É de facto impressionante a impunidade com que o Presidente da República acusa uma lei de ser «ideológica», no deletério sentido de que resulta de opções políticas e valores normativos votada e aprovada por deputados eleitos em eleições livres. Este continua a ser um dos mais douradoros contributos de Cavaco Silva para a vida política portuguesa: a nostalgia do fim do dissenso político. Entre os vários «fins da política» que o mundo moderno imaginou como resolução para os seus problemas, existem dois que em Portugal regressam sempre: o da «verdade» (assente historicamente na revelação ou no uso da religião contra a política) e o da tecnocracia (assente historicamente no uso da ciência contra a política). Ambos contra essa coisa da política. Ferreira Leite fez campanha pelo primeiro. Cavaco, toda a sua vida política de 30 anos, pela segunda.
Rui Branco
Primeiro, obrigado por fazeres comentários muito melhores do que os posts. Está mal. E claro que Cavaco não se fica por aqui. O que não faltam são exemplos do que referes. "Verifica-se, desde logo, que muitas das leis produzidas entre nós não têm adequação à realidade portuguesa. (...) não vão ao encontro das necessidades reais do País...". Cavaco é o intérprete das "necessidades reais do país" (que o povo, através dos seus prepresentantes, não compreende). Tudo dito com a conivência, sem qualquer assomo crítico, por parte da opinião pública. Democracia a preto e branco.
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