6.4.10

Comissão de Ética: o cair da máscara da oposição

Hoje, na audição da comissão de Ética sobre liberdade de expressão em Portugal, PSD, PCP, BE e CDS-PP dispensaram-se de colocar questões a Emídio Rangel. Numa primeira reacção, vi este gesto como uma forma de desconsiderar o convidado da comissão. Porém, num segundo momento, e tendo em conta que este é um tema quente da agenda política sobre o qual existe uma evidente disputa político-partidária pela narrativa dominante, pareceu-me compreensível que os partidos – apesar da descortesia – se tenham escusado a colocar questões que adivinhavam respostas comprometedoras para a tese que querem que vingue (mais uma palavra e esta frase implodia). Foi preciso um terceiro momento para firmar a minha opinião (já lá vão 40 minutos, or so). É que eu pensava que estas audições serviam para que se recolhessem e apurassem elementos para, no final, o Parlamento e os deputados pudessem formar uma opinião e, desejavelmente, chegar a uma conclusão. E não para que as audições confirmassem ou desmentissem as suas teses de partida, por legítimas que sejam. Ao se dispensarem de interpelarem Emídio Rangel hoje no Parlamento, os partidos da oposição deixaram cair a máscara da descoberta da verdade e todo esse sonsismo. E é isto que eu penso nas próximas horas.

Adenda: olha, 7 de ABril, 10.44, e penso o mesmo. pas mal.

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