A aditora de política da SICN (Paula Santos) está neste momento no ar a explicar a sondagem publicada hoje pelo Expresso/SIC (que mostra o PS a descer e o PSD a subir). A razão para esta oscilação estaria na avaliação dos portugueses sobre as negociações orçamentais. Segundo compreendi, terão percebido que o Governo se mostrava inflexível ao mesmo tempo que dizia querer negociar. Esta era a tese principal, havendo outras nuances relacionadas com o processo negocial que terão também justificado esta sanção dos inquiridos ao partido do Governo.
Que este seja um orçamento de austeridade, surgido da necessidade de fazer face à maior crise económica e financeira internacional dos últimos 80 anos, convocando um esforço inédito em democracia de redução da despesa do Estado, que passa, também, por medidas muito duras (necessárias mas inegavelmente impopulares) sobre os funcionários públicos e sobre a população em geral, parece ser algo de irrelevante para a comentadora. Que os cidadãos expressem neste momento o seu descontentamento por algumas medidas deste orçamento com evidente efeito nas finanças das famílias portuguesas não ocorre à editora política da SIC. Que seja o Governo o principal responsabilizado pelo orçamento também parece algo de excêntrico. Corredores e bastidores. Reduzindo frequentemente a política a estes meandros, os especialistas do comentário político esquecem-se demasiadas vezes de se sentar na plateia e assistir à peça em cena.
(Figas) Também estranharão quando, a manterem-se os bons resultados que a economia portuguesa vai revelando, o país começar a sair, paulatinamente, do espartilho político e financeiro decorrente desta crise, e os portugueses reconhecerem que as medidas adoptadas foram as adequadas. Tal como estranharam durante anos que o Governo mantivesse a sua base de apoio, apesar das reformas que empreendeu.
12.11.10
Árvores, florestas, corredores, bastidores. A vida é um palco
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