20.1.11

Sim, confundo deliberadamente cargos executivos e não executivos. Por maioria de razão.

«A Presidência da República precisa de ser ocupada por uma pessoa “com conhecimentos e experiência” que ajude Portugal a encontrar um rumo», defendeu, uma vez mais, Cavaco Silva.

A insistência de Cavaco Silva de que a experiência (governativa e no próprio cargo, presume-se) e os conhecimentos constituem uma quase condição para ocupar o lugar está muito longe de estar demonstrada.

Por economia de espaço, vamos até fingir que nem reparámos que a enorme experiência de Cavaco e os seus sólidos conhecimentos económico-financeiros de nada nos serviram nos últimos cinco anos.

A tese da experiência e dos conhecimentos, dizia eu… Se os eleitores americanos tivessem adoptado este critério através da história, Obama nunca teria sido eleito (e não foi por Hillary não se ter esforçado em atirar-lhe isso à cara). Nem Kennedy. Ou Roosevelt. Muito menos Reagan. Ou Clinton, que quando foi eleito não tinha sido mais do que governador de um pequeno estado como o Arkansas. Se os eleitores franceses tivessem adoptado esse critério, não teria havido Mitterrand. Se os eleitores britânicos tivessem seguido esse critério… bem, os britânicos despediram Churchill quando acharam que ele tinha experiência a mais. Se os portugueses se tivessem orientado por esse critério, o próprio Cavaco nunca teria sido eleito primeiro-ministro...

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