9.3.11

Tacticismos

"Podemos gostar mais ou menos da táctica que cada partido assume, considerar que a mesma se adequa mais ou menos ao que o país precisa. Não podemos é considerar que uns agem de forma táctica e outros de forma responsável.", escreve o João Ricardo Vasconcelos, no seu Activismo de Sofá.

Caro Ricardo, colocas bem a questão mas retiras, na minha opinião, a conclusão errada. O juízo de adequação da táctica às necessidades do país é, precisamente, uma das ferramentas fundamentais que temos para avaliar da (ir)responsabilidade da acção partidária. Claro que o que sejam as necessidades do país não será consensual entre os diferentes quadrantes partidários. Mas sempre haverá mínimos denominadores comuns entre todos (eu diria que neste momento a estabilidade governativa devia ser um desses mínimos). Entre as esquerdas, a indesejabilidade de a direita ir para o poder no actual contexto de austeridade, onde não perderia a oportunidade para pôr em prática as suas neosoluções neoliberais, devia ser outro desses mínimos. Se fores capaz de dizer que uma e outra (a estabilidade governativa ou a possibilidade de a direita ser governo nesta altura) te é indiferente, compreendo que não julgues irresponsável a moção de censura do BE. Caso contrário...

Sem comentários: