13.4.11

As mentiras da democracia

Uma das trágicas consequências da política dos últimos anos foi a diluição do significado de mentira. O erro, a previsão não confirmada, a escolha do melhor ângulo, a mudança de posição, ou a mera divergência na interpretação dos factos, tudo isto foi degradado à simplificação abjecta da mentira. Trágico, porque o erro ou a previsão falhada são contingências da vida pública. Da vida. Trágico, porque a divergência é o coração da democracia. Trágico porque, desviado do seu significado original, vulgarizado o cuspo em que se tornou ultimamente, não é difícil sentir uma certa vergonha por denunciar uma mentira, mesmo quando ela se nos apresenta de forma inequívoca. Medo de sermos confundidos com quem quer reduzir a política a um encontro de bons e maus, de verdades e de mentiras. E o que é uma verdade inequívoca? Sinceramente, não sei dizê-lo. Apenas intuí-lo. Mas se tivesse de dar um exemplo, podia ser este:

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