5.1.12
Liberdade, taxação, representação
Não acompanhando muito do que se tem escrito acerca do caso Jerónimo Martins, sempre gostaria de dizer o seguinte. Dá-me bastante satisfação pagar os meus impostos. Cá. Não gosto, portanto, de ler, como tenho lido, que aquilo que o sr. Soares dos Santos fez é aquilo que cada um de nós faria se tivesse oportunidade para tal. Não é. Gosto de pensar que, pela via fiscal, contribuo com a minha parte para que Portugal se torne um país melhor e mais justo. Será uma parte insignificante no bolo mas é a minha parte. Os EUA nasceram sob o lema de “no taxation without representation”, em português rimado: não há taxação sem representação. O inverso também é válido. Se nos furtarmos à taxação, fragilizamos os laços que nos ligam aos representantes e às escolhas da comunidade, quebrando o contrato social, por incumprimento de deveres. É também por isso que se torna particularmente chocante que esta espécie de elisão fiscal venha de quem tem tido intervenção pública e política, contribuindo para moldar as escolhas que nos afetam a todos nós. Sim, passei a escrever de acordo com o novo acordo ortográfico. É deveras estimulante.
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