26.1.12

Será mesmo assim?

"Petição sobre salários e prémios de gestores públicos sem consequências no Parlamento".

Bem, a petição deu entrada no Parlamento, que a disponibiliza no seu site.

Esta foi distribuída a um deputado.

O Parlamento solicitou ao Governo uma posição sobre a matéria.

O Governo respondeu.

Os peticionários foram ouvidos pela comissão parlamentar competente na matéria, a Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública.

O deputado relator elaborou um relatório, onde se ponderam os vários contributos sobre a pretensão dos peticionários (antes já havia sido aprovado um relatório intercalar).

O relatório foi apresentado, discutido e votado pela comissão.

A petição dos peticionários foi debatida no plenário parlamentar, momento mais solene dos trabalhos da Assembleia da República.

A petição foi objeto de cobertura noticiosa como a que nos diz que a petição não teve quaisquer consequências.

Teve-a, mas não aquela que intuitivamente relacionamos com este instrumento de participação política: o acolhimento da pretensão da petição.

O Parlamento foi chamado a exercer a sua função fiscalizadora. Obrigou o Governo a justificar-se e a trazer informação para o processo. Esta informação é disponibilizada a todos os cidadãos no site, aumentando a transparência da atividade política e permitindo que também seja exercida uma função de pedagogia política.

A democracia participativa também se realiza através destas formas menos definitivas.

Sem comentários: