1.12.14

Desperdiçamento ilícito

Já tive oportunidade de explanar neste blog, com acutilância e pertinência (confiem em mim), o que penso sobre a questão do enriquecimento ilícito. Mas uma coisa leva a outra e assalta-me uma questão. Não é tanto imaginar-me a ter de justificar onde gastei o meu dinheiro no último mês, no último ano, no último.... Não saberia fazê-lo mas, em última instância, arriscaria dizer que grande parte vai para cajus, o que não andaria longe da verdade. Já se me obrigassem a justificar o que faço com o meu tempo, a inversão do ónus da prova tramar-me-ia na certa. Na ausência de uma explicação, presumir-se-ia que tinha andado a fazer malvadezas. Não raro, passo o dia em casa e trabalhar e no final tenho pouco ou nada para mostrar. "Que estiveste a fazer o dia todo?", perguntam-me, não sem razão. Não sei explicá-lo e, nas distopias que nos propõem, estaria certamente a caminho do xilindró. Por desperdiçamento ilícito. 

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