23.3.15

O próprio seria o primeiro a concordar que não é fácil conviver com o george costanza que há em cada um de nós


Cinco dias depois daquela apresentação na escola da tua filha em que falaram das várias coisas que importam nesta vida (mesmo), incluindo esta coisa fantástica que é vivermos em liberdade e em democracia, ocorre-te o comentário perfeito, instrutivo, acessível, pedagógico, divertido. E sabes que nunca terás novamente aquela oportunidade. E consolas-te com o facto de saberes estar a exagerar e a dar-te demasiada importância. Um mero comentário, sobre um pormenor, numa apresentação de textos de crianças do 4.º ano. Mas é em vão que tentas enganar-te, pois o george que mora em ti está apenas a um pretexto de tomar conta de ti. E decides que vais escrever uma carta para a sala da tua filha, que alinhará desconfiada neste teu propósito.

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