23.7.09

Ainda sobre as diferenças entre o PS e PSD

O artigo de hoje de Marina Costa Lobo no “Jornal de Negócios” questiona a mesma ideia da semelhança entre os dois maiores partidos. E explica muito bem porquê. Destaco as principais passagens:

- “Em Portugal, há quem esteja convicto de que os partidos são todos iguais. (…) Ora, tal discurso, que se ouve com frequência tanto em conversas de café como nos media, não é verdade”;

- “E no contexto de crise em que Portugal se encontra este lugar-comum é talvez ainda menos verdade do que habitualmente”;

- “As respostas à crise económica, desde o investimento público em grandes obras, à descida de impostos dividem os dois grandes partidos”;

- “Também a forma como os privados devem poder desenvolver as suas actividades em áreas como a Educação, a Saúde ou a Segurança Social separa o PS do PSD. Isto só para mencionar alguns dos temas mais relevantes do eixo Esquerda-Direita”;

- “Mas há outros. (…) a descriminalização do aborto ou do consumo de drogas, a procriação medicamente assistida, ou o casamento dos homossexuais tornaram-se parte da agenda política. Mais uma vez, aqui, não há muitas semelhanças entre os dois principais partidos”;

- “Embora o PSD se encontre por vezes dividido em relação a alguns destes temas ditos fracturantes, o seu posicionamento oficial, é contrário à liberalização dos costumes. Assim tem sido nas últimas duas legislaturas”;

- “O PS de Sócrates defendeu e conseguiu uma vitória no referendo ao aborto, promoveu o fim do divórcio litigioso e já se comprometeu em avançar com a legalização do casamento homossexual, caso seja governo depois das eleições”;

- Além destes dois partidos serem distintos, os pequenos partidos do arco parlamentar também o são. (…) A não haver maioria absoluta, vai ser preciso fazer compromissos, e podemos prever o teor destes comparando o posicionamento dos partidos sobre os temas políticos mais relevantes. Se a coligação se fizer entre PS e PSD, ou entre o PS e o CDS provavelmente os temas fracturantes ficarão na gaveta. Se a coligação for entre o PS e a sua esquerda, serão algumas reformas mais liberalizantes na economia que ficarão esquecidas".

2 comentários:

A.R. disse...

Não vale a pena investir em tanto palavreado. Obviamente que há apenas, neste momento, uma diferença essencial: dum lado J Sócrates; do outro, os outros.

Tiago Tibúrcio disse...

Não me parece que isso seja suficiente para convencer o eleitorado de esquerda que, a meu ver injustamente, se foi desafeiçoando desta governação PS, virando-se para outras forças mais à esquerda. E acredito que estes serão fundamentais para dar a vitória ao PS em Setembro.