No noticiário das 10.00 da TSF, o correspondente em Oslo informa que Barack Obama acaba de ser galardoado com o prémio Nobel da Paz. Como ainda não havia declaração do Comité Nobel a informar das razões da escolha do Nobel da Paz de 2009 (que surgiu entretanto e pode ser lida aqui), a estação deu imediatamente a palavra ao comentador de política internacional José Carlos Barradas. Para espanto meu, o especialista em questões internacionais da TSF mostrou-se "absolutamente surpreso" com esta escolha, dando a entender não compreender as suas motivações. "Talvez a questão da desnuclearização", disse, demasiado hesitante, ou o seu envolvimento no combate às "alterações climáticas". De seguida, consegue a proeza de dedicar a maior parte do seu comentário aos preteridos da lista de candidatos para o prémio deste ano. E remata dizendo que "tem mesmo de se aguardar para saber as justificações do Comité Nobel". Que quero eu dizer com tudo isto? Que tenho a sensação que qualquer criança do segundo ciclo teria mais facilmente intuído as razões que levaram à escolha do nome de Obama para Nobel da Paz. Que ouvi um especialista encartado, que desfiava um impressionante rol de detalhes acerca dos candidatos preteridos, maioritariamente desconhecidos do grande público (o terreno preferido dos especialistas), mas que se mostrou incapaz de ver o óbvio, aquilo que todos vimos e sentimos, e que se pode sumariar nesta passagem: "The Committee has attached special importance to Obama's vision of and work for a world without nuclear weapons. Obama has as President created a new climate in international politics. Multilateral diplomacy has regained a central position, with emphasis on the role that the United Nations and other international institutions can play. Dialogue and negotiations are preferred as instruments for resolving even the most difficult international conflicts. (...) Only very rarely has a person to the same extent as Obama captured the world's attention and given its people hope for a better future."
9.10.09
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