2.2.10

Le "rating"

Habituados que estamos a desconfiar dos nossos próprios recursos, não raro a informação veiculada por organizações internacionais surge-nos como emanação da verdade. Da OCDE ao FMI, passando pelas prestigiadas organizações não governamentais internacionais como a Transparency International ou a Freedom House, recebemos as suas informações como se de revelações se tratassem. Convém dizer que algumas vezes isso acontecerá. Significativas vezes, se calhar. Mas não deixa de surpreender o amadorismo que muitas revelam. Veja-se, por exemplo, este excerto do relatório (2009) da Freedom House sobre Portugal: "Anibal Cavaco Silva, a center-right candidate (...), won the 2006 presidential election, marking the first time in Portugal’s recent history that the president and prime minister hailed from opposite sides of the political spectrum." (bold meu). Se exceptuarmos a maior parte do tempo (1986-1995 e 2002-2006), portanto... O ponto é que estas imprecisões (por mais desculpáveis que sejam) deixam uma semente de inquietação acerca da forma como estes relatórios são feitos. O que me faz pensar nas agências de rating (e eis que, numa vertiginosa associação de ideias, o termo rating me faz lembrar a expressão francesa para falhanço: rater - curiosa coincidência. Sai um título).

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