24.1.11

Parabéns ou talvez não

Caro Porfírio, para ti é o facto de Cavaco ter prolongado «a disputa eleitoral para dentro do estatuto presidencial, recusando objectivamente ser o presidente de todos os portugueses e escolhendo ser apenas o presidente "dos seus"». Para outros, o facto de Cavaco ter sido eleito com base numa imagem que não corresponde à realidade e, assim, num logro. Tal como eu vejo as coisas, felicitar o candidato ganhador é celebrar a democracia e o processo democrático. Nada tem que ver com a pessoa em causa. Não quero parecer um choninhas do género “ai, eu sou tão democrata” mas considero este simbolismo importante como manifestação de respeito por quem pensa de forma diferente da nossa, nomeadamente todos aqueles que, votando em Cavaco, não partilharão da tua opinião acerca da forma tão pouco democrática como Cavaco reagiu à sua vitória. Dito isto, having said that, subscrevo tudo o que dizes acerca de Cavaco em geral, e sobre a sua declaração de vitória em particular. Em bom rigor, e se estivéssemos numa mesa de café, era a altura para dizer, para que não restassem dúvidas: odeio o Cavaco e tudo o que ele representa. Acho que com isto já ninguém me chama choninhas….

Adenda: Discorda-se numas. Concorda-se noutras. Com ipsis e verbis.

2 comentários:

Porfirio Silva disse...

O debate sobre "os parabéns", que teve outros intervenientes, que na caixa de comentários da Machina quer por formas mais directas, fez-me pensar. Ainda acho que eu tinha (pelo menos parte da) razão, mas percebo o teu ponto de vista.
Ah, e agora, como "vingança", vou-te castigar pelo "ódio" ao homem... ;-)
Abraço.

Tiago Tibúrcio disse...

Porfírio, depois da tua lucidicíssima análise sobre os danos colaterais à esquerda nas presidenciais (os casos do BE e do PCP) até tenho vergonha por te ter arrastado para este debate. Concordo com tudo - o que não tem nada de especial - mas, sobretudo, ajuda-me a pensar (além de sincero, espero com este desabafo isto ter mitigado os teus insttintos punitivos...)