21.3.11

Prenhe de razão ou hypersensitive me

Que aquele grupo que ganhou o festival da canção faça uma música com o objectivo de gozar com Miguel Sousa Tavares é coisa que não me perturba. Gozar com alguém é algo que pode ter bastante graça. Isto tem. Isto também. Chamarem-me orelhas, por exemplo, não tem. Não achando graça no passado a estes homens da luta era improvável que achasse agora. Mas o problema da música não é a graça ou a falta dela. Mas uma tentativa de atingir alguém por via de uma ignóbil comparação com o pai. Julgava que isto fosse por demasiado evidente. Parece que não. O que me surpreende não é a música vir de quem vem. Mas que haja tanta gente disposta a ver humor onde apenas parece haver ressentimento e despeito. E tudo isto com o triste patrocínio da comunicação social. Comunicação social que, aliás, no passado fim-de-semana achou bem rerrecorrer à leitura de lábios (é assim que se diz?) para bisbilhotar o que os membros do governo dizem (ou seja, em conversa privada) durante o debate quinzenal no Parlamento. Há crise para além da crise.

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