Dois curtos e oportunos posts sobre duas situações aparentemente distintas. Dois elogios. De um lado, o juiz federal norte-americano Lewis Kaplan, que poderá, ao arrepio da opinião pública maioritária, vir a absolver um ex-presidiário de Guantánamo, acusado de terrorismo, por considerar que a principal prova contra ele fora obtida por via de tortura. Do lado de cá do Atlântico, refere-se o exemplo do Presidente da Alemanha, que, num momento em que tantos se deixam levar pelo canto da sereia do populismo, veio afirmar que “o Islão também tem lugar na Alemanha”. Contra o que será o sentimento geral maioritário do povo que representa.
Em ambos os casos, não tanto a coragem (embora esta seja tão, tão importante) mas a lucidez e a capacidade de não se deixarem contaminar e influenciar pela pressão, por vezes insuportável, das maiorias conjunturais. É de políticos, juízes e, em geral, cidadãos assim que precisamos. E ainda os há (“os há”, isto existe? Parece nome de banda musical dos anos 80…) muitos.
12.10.10
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